terça-feira, 21 de novembro de 2017

Quem e voce?Constantemente estamos a procura de nos mesmos... o que nos agrada, o que nos define, para onde devemos ir. Mas seria essa procura a mesma, se nao soubessemos de onde viemos?Grandes filosofos, eu sei, discutiram e ainda discutem nossa real origem...No entanto, quando se ouve a pergunta "Where are you from?" certamente ela esta relacionada ao lugar de onde viemos, onde esta nossa familia...



Tenho duas declaracoes a fazer: vinho te faz reflexivo e os acasos acontecem em momentos certos...

Tendo eu saido do trabalho antes das 16h, sensivel e enfastiada que estava, decidi assistir a sessao das 17h de um filme que estava ja considerando assistir: Lion.
Da minha paixao pelo pequeno cinema da minha pequena cidade (onde se pode apreciar uma - ou mais - tacas de vinho e ainda um break durante a sessao) e minha curiosidade em ver o novo filme do ator que foi protagonista de muitas engracadas memorias da minha juventude - acerca de um tal namorado que se parecia com o Jamal Malik de Quem Quer Ser Um Milionario? (E claro as falas "de que viveremos de amor haha) - veio minha decisao de ao Lion assistir.
Mais "envolvente" do que minha pretensao de assistir a Moana e unir o agradavel ao util tema de falar de cultura aqui desse lado do mundo pelos meus olhos de brasileira, mostrou-se a ideia de ver este filme que fala da questao da origem e adocao.
Certamente nao tenho intencao de escrever uma resenha do filme, ate porque esse nao e meu forte. Todavia, entre as lagrimas e sorrisos que o filme me trouxe, a impressao de que aquele menino teria sido feliz, ainda que tivesse vivido toda sua vida no pobre vilarejo onde nasceu, foi o que mais me marcou.
A familia que o adotou indubitavelmente ofereceu a ele uma melhor qualidade de vida. Mas alem da questao das necessidades basicas para a sobrevivencia que nao sao atendidas para alguns milhoes de pessoas em paises como a India, ou o meu pais, nada faz de paises mais desenvolvidos - como a Australia do filme, a Nova Zelandia onde vivo ou qualquer outro pais do Velho Mundo - melhores do que o Home Country de qualquer pessoa. Pois la esta sua raiz, sua familia, quem se e.
Para alem da tematica do filme, apenas apos viver aqui por um tempo, posso dizer que a busca de identidade e constante quando se esta longe de casa. Busca-se a integracao, mas me parece que acabo sempre me unindo ao grupo dos outros estrangeiros.

E este post foi iniciado em Janeiro... e agora outubro, apos uma ida pra casa e certo tempo lutando para se enquadrar, e a perda da linha de raciocinio; eu fico com a pergunta: "Qual e a origem dos cidadaos do mundo?" Pois casa ja nao e mais casa e ca nunca sera como la...


domingo, 1 de janeiro de 2017

Srečno novo leto!

Acredito que a mais enriquecedora das experiencias, de quando se muda do Brasil para onde que quer seja, é a possibilidade de conhecer pessoas de diferentes culturas. Nao apenas aquela do pais que se visita, mas a de todos os outros viajantes que se encontra pelo caminho.
Falo isso, pois, pelo menos para mim, essa oportunidade sempre foi um pouco limitada ao contato que tinha com estrangeiros no meu trabalho como agente de viagens. E isso porque eu morava em Sao Paulo!

Aqui na Nova Zelandia pode-se dizer que todo mundo é estrangeiro, com excecao apenas dos Maori que aqui ja viviam ha centenas de anos (certo que eles migraram para ca vindos de algumas ilhas do Pacifico... mas isso e capitulo para outra historia).

A maioria dos cidadaos daqui tem descendencia europeia, sobretudo do Reino Unido. Mas ha ainda um grande numero de pessoas de diversos outros lugares que vem para passear, ou vem com a intencao de aqui viver, ou aqueles que vem para olhar e acabam ficando, como foi meu caso.

Nesse mosaico de culturas, eu conheci uma que me fez apaixonar (literalmente): a Eslovena. Com ela veio meu amado Martin e meu desafio para a vida: a aprendizagem do idioma Esloveno.

Com ele vieram amaveis amigos. Um de cada canto do mundo.

E na ultima noite de 2016, todos vieram para a nossa casa, onde tivemos a mais calorosa das noites dos meus ultimos anos (visto que Natal e Ano Novo aqui nao parecem tao importantes quanto sao la onde canta o sabiá). 

A coisa mais interessante que aprendi nesta NYE veio do nosso amigo da Irlanda do Norte. Ele nos contou que apos "a virada", em seu pais natal, as pessoas cantam o hino nacional.

Entao tivemos a sessao "Cante o Hino". 
Ter quatro eslovenos na sua casa cantando o respectivo hino é algo tocante. Mas nada foi mais bonito do que ouvir o hino da Nova Zelandia em Maori.



Eu gostaria muito que o Hino Nacional Brasileiro tivesse a versao Tupi...
E eu queria que todo mundo no Brasil tivesse a oportunidade de entender quao valiosa nossa propria cultura é, para que nos possamos levar nosso orgulho nacional para onde quer que formos e possamos expressa-lo em qualquer lingua que aprendamos.



Feliz Ano Novo, Happy New Year, Srečno Novo Leto, Tau Hou oaoa!